21 agosto 2007

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Amanhã começa o tal julgamento sobre o qual todo mundo anda dando dois dedos de opinião. Uma delas é particularmente esdrúxula: não havendo provas contra o SinistroChefe da quadrilha, o eventual prosseguimento do processo contra o cidadão seria um ato político. Um amontoado de impropriedades:
1) Só não existe prova se exigirem filmes (legendados) das negociatas envolvendo as relações entre a Casa Civil e o Congresso Nacional durante o primeiro governo d´O Barba, com extras indicando o papel vital do SinistroChefe nas empreitadas. De resto, temos tudo que poderia render um bom romance noir (Pitolomaico, isso é contigo!). Ao longo do processo as peças serão montadas, e os méritos julgados. Calma Sinistro, como dizia um conhecido seu: o tempo é senhor da razão;
2) O prosseguimento do processo não pode ser tratado como um julgamento, e o SinistroChefe da quadrilha não pode se considerar pré-julgado, já que vai ter o mais amplo direito de defesa nas próximas etapas do calvário jurídico com o qual toda criatura pública pode vir a ter que lidar. Imagino que o Sinistro seja republicano como eu, e concorde com o escrutínio público;
3) Tudo o que está acontecendo (e muito mais, diria o hermeneuta) é político. Pelo menos é da política, mesmo que nas suas formas mais básicas ou rudimentares. Quando o SinistroChefe fala "política" ele na verdade está se referindo a uma espécie de luta auto-referenciada que acontece nas entranhas da máquina pública. No caso brasileiro, um amontoado de quadrilhas pilhando o erário e encenando um circo populista. Política tem um significado muito mais complexo e elevado do que esta brigalhada que assistimos na Tv Senado, e neste sentido, o que ainda dá fôlego ao SinistroChefe e a toda a quadrilha é justamente o caráter jurídico do processo político.
Nos falamos quando decidirem o que será feito da quadrilha (ainda não tenho um nome para ela, mas vou providenciar).

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